7 de jun. de 2014

2@ edição da Formação Geradora de Círculos Femininos - Agosto de 2014

Lançamos a 2@ edição da Formação de Geradora de Círculos Femininos.
A formação da segunda turma inicia em agosto de 2014.
Informações pelo email: geradoraeusou@gmail.com
ou pela página: Geradora de Círculos Femininos


Porque Geradora?

O termo Geradora de Círculos Femininos me chegou por inspiração... nunca havia o escutado antes e até então me apresentava como Focalizadora de Círculos Femininos. Pensando na Formação que propunha orientar e dar base para mulheres com o propósito de conduzir Círculos Femininos, surgiu a Função de Gerar.
Gerar é dar VIDA! Aceitar a vida que se manifesta no ventre!
E assim são os Círculos de Mulheres, um ventre que gera AMOR, CUMPLICIDADE, INTEIREZA... que traz de volta ao Lar (ao centro) a mulher que se perdera de si mesma. Que reconecta o Ser Mulher ao Sentido do Sagrado, trazendo a compreensão do Feminino.

A Formação chegou a mim como um convite amoroso e uma disciplina sutil... como disse-me uma vez uma das Vozes que me guia: "Tem coisas que já estavam escritas antes de vocês nascerem"! Neste tempo de caminhada, buscando-me e encontrando-me em tantas mulheres, fui testemunha de muitos desabrochares... e mais que me encantar com o colorido e o perfume das flores, me encantavam os beija-flores, bem-te-vis, borboletas que surgiam com o ímpeto de polinizar... as asas do Amor levava a semente de um ventre a outro surgindo novos círculos de mulheres. Então, revendo 8 anos de trabalhos e atividades voltadas ao Despertar do Sagrado Feminino e o Empoderamento da mulher como protagonista da sua própria história, 5 anos de encontros ininterruptos em cada lua nova, a alegria de não ser capaz calcular quantos círculos realizados e a quantidade de mulheres encontradas... me vem a recordação do sonho que a anos atras me mostrou a Formação... e escuto a voz das Avós: Chegou a hora!

Mas como fazer? Por onde começar? E elas responderam: Está tudo dentro, JÁ ESTÁ!
Então respirei e confiei, pois tudo já estava sendo gerado... a muito tempo...
Mulheres passaram a fazer contato comigo perguntando se não havia um curso preparatório para condução de círculos femininos e eu pensava: Mas está tudo dentro!!
O que eu fiz nestes anos foi trazer de dentro algo muito antigo.

E "Elas" (as Avós) me disseram: "GERADORA DE CÍRCULOS FEMININOS".
Quando você Gera, algo se transforma dentro de você! A vida brota sem que você faça esforço, e o controle já não faz sentido, porque seu corpo responde de outra forma! Sua natureza fala mais alto e seu instinto selvagem aflora... seu olfato, sua escuta, sua visão são outros, sua percepção está a Serviço!

Então, assim recebemos o CHAMADO DAS AVÓS para esta Formação, sentimos que seria algo intenso, visceral... um Mistério! Que seria descortinado a cada uma, na sua Presença! 
Nos sentimos grávidas de nós mesmas e nos parimos, com todos os medos e dores que ainda nos cabiam liberar, para gozar então a alegria de ver-se (re) nascida.
Cada mulher nesta Formação será convidada a refazer seu trajeto com Amor, muito Amor. Não há mais tempo para dor, a cura do feminino vem pelo Amor. Os Ritos de Passagem trarão essas mulheres com suas velhas sábias, do tempo escuro do ventre ao centro luminoso do coração. Onde a dualidade não existe, mas a unicidade da teia se faz existir.

Ana Paula Andrade

Me perdoa

Me perdoa, se com minhas feridas eu machuquei as tuas.
Me perdoa se com meus limites eu relembrei os limites dos teus pais.
Me perdoa si com minhas reações te levei a dureza e a se aprisionar novamente.
Me perdoa por te amar como humanamente me amaram como humanamente se ama.
Eu te perdoo por me levar até minhas feridas.
Eu te perdoo por me levar aos meus limites que muitas vezes são os limites dos meus pais.
Eu te perdoo por me levar até a dureza e ao aprisionamento.
Eu agradeço tua presença em minha vida, me ajuda a descobrir quem sou efetivamente.
Eu te amo porque te amo, como aprendi a amar, como humanamente me sai, como humanamente posso, como vou aprendendo.
E sei que por te amar, uma e outra vez, deixarei que me leves as minhas feridas, as minhas prisões, as minhas fúrias, ao meu desespero, a minha solidão, a minha dor, e que por me amar me deixarás te levar até as tuas.

E sei que por nos amarmos nos levaremos também a esse lugar onde o amor se torna entrega, fusão, silencio, unidade. E nesse ciclo perfeito de dor, amor, alegria e criatividade que nos ensina a vida, aprenderemos a manifestar o Amor que és, o Amor que sou e o Amor que somos quando estamos juntos. 

Carina Tacconi


11 de mai. de 2014

Em cada menina que a terra criou um carinho de mãe Maria deixou... Um sonho de mãe Maria plantou para o mundo a paz encontrar....


O mar serenou quando ela pisou na areia...

E um dia fui beijada pela Mãe e Ela cresceu dentro de mim...


"Que o Ser em cada um de nós que é o "ninguém", ou seja, 'el alma pura', sempre nos lembre que, não importa o que aconteça, temos uma Mãe amorosa, mansa e feroz, que espera que aprendamos, que nos comprometamos a ser mansamente ferozes, ferozmente mansos... como ela.
Que nós, que puxamos e içamos todos os dias, relaxemos um pouco, e nos lembremos, com o coração voltado para nosso lar, de que é nossa Mãe, o mais belo Sino jamais forjado, que nós, pequenas cordas, lutamos para badalar... para que a memória de sua voz melodiosa ressoe por nosso corpo, nossa mente, nosso espírito, nossa alma, nossas obras e nossas terras, diariamente." (trecho do livro - Libertem a Mulher Forte).

A ti Sarah Emanuelle, minha filha, estrelinha do mar de Mamãe... gratidão por me fazer nascer Mãe!!!




9 de mai. de 2014

A Velha Mãe...

Aproxima-se o dia das mães e me toca o coração homenagear essa Avó guarani, mãe de oito filhos – cinco mulheres e três homens – uma prole de mais de 40 netos, mais de 30 bisnetos e já alguns tataranetos... Vovó Rosa - mulher semeadora - de trás da fumaça de seu cachimbo (petyngua) vem ela semeando um caminho de flores... gratidão minha avó!!



Poty-Dja (Vovó Rosa) 
 Liderança Feminina da Aldeia Yynn Moroti, município de Biguaçu, Santa Catarina
Esposa do pajé Wherá Tupã (vovô Alcindo).



«Convertirse en anciana tiene que ver con el desarrollo interior, y no con la apariencia externa. Una anciana es una mujer que posee sabiduría, compasión, humor, valentía y vitalidad. Es consciente de ser verdaderamente ella misma, sabe expresar lo que sabe y lo que siente, yemprender una acción determinada cuando es necesario. No aparta los ojos de la realidad, ni permite que se le nuble la mente. Puede ver los defectos y las imperfecciones en ella misma y en los demás, pero la luz con la que los ve no es severa ni enjuiciatoria. Ha aprendido a confiar en sí misma hasta saber lo que ya sabe.»
~Jean Shinoda Bolen.~

Meu nome é MULHER



Meu nome é Mulher e encontro a minha morada na liberdade
Não sei ser presa mas aprendi a me deixar ser a caça quando necessário e a caçadora quando o cheiro encanta o meu faro
Se enjaulada mostro-me pela metade e a minha busca é ser inteira 
Inteira com meus erros, acertos e vontades.
Com meu faro, com meu sexo, com minha ousadia. 
Busco-me na solidão e encontro-me no meu silêncio. Aventuro-me em minha matilha e encontro o meu esconderijo nos aposentos da minha alma.
Nesses aposentos, reside a "velha que sabe" que me esina ao sussurrar de cada melodia. Me traz a força na hora da fraqueza e me mostra que o tempo de menina boazinha já não é mais meu tempo.
Sou um pouco de Eva e tenho os trejeitos de Lilith. Sou menina-mulher, sombra e luz, medo e coragem.
Sou a dona de mim,carregada de emoções e ciclica por natureza.
Me pergunte por aonde eu ando e te responderei que não tenho caminho para caminhar, deixo o meu extinto me levar.
Fiz do hoje o meu único dia. 
Danço e bailo quando o medo apresenta-se em meu castelo, ao abri a porta lhe dou as boas - vindas, convido para entrar e aprendo com ele a conhecer todo o palácio.
Hoje sei quem eu sou! Amanhã? Eu me reivento.
Borboleta por natureza, sou adepta à transformações. 
Minha alma tem sede de liberdade e ousadia.
Aprendi a não me deixar vencer pelo cansaço e sim encontrar nele o impulso necessário para as minhas vontades.
Mergulho em minhas profundezas e coloquei a palavra Intensidade em meu sobrenome. Não breco ate conhecer, e ao conhecer me permito vivenciar as dores e as delicias do SER
Sou assim Fêmea, filha da Mãe, filha da Terra;
Me Buscando, Me Perdendo, Me ENCONTRANDO!!


Carol Shanti

8 de mai. de 2014

Segunda Vermelha 2014 em Florianópolis/SC

Este ano (2014) estarei celebrando a SEGUNDA VERMELHA na ilha de Florianópolis/SC dia 12 de maio. Meu convite é para todas as mulheres que queiram celebrar seu Tempo de Lua, sua Menstruação.

A data de tradição da Campanha é sempre na primeira segunda-feira do mês de maio, mas como dia 05/05/14 eu estava em trânsito retornando para o estado de SC, vou quebrar o protocolo e festejar mais uma vez, hehehe.

Nos reuniremos na Pousada Rio Vermelho, na Praia do Moçambique, dia 12/05 ás 19h40min.
Compareça de saia, roupa ou acessórios na cor vermelha (unhas e batom está valendo rsrsrs) e traga 1 almofada para seu conforto.

Trazer um lanche para compartilhar, chá ou suco de uva integral.
Contribuição espontânea: R$ 5,00
(Atividade aberta ao público masculino)

Local: Rod. João Gualberto Soares, 8479
Praia do Moçambique
(ônibus Rio Vermelho passa na frente da pousada, descer no supermercado Thaysi)



Movimento defende aceitação da natureza feminina e orgulho de ser mulher
Por ROBERTA STRUZANI

Na primeira segunda-feira do mês de maio (05/05/14) é celebrado por milhões de mulheres de todo o mundo o "Menstrual Monday" (conhecido no Brasil como "Segunda Vermelha"). A campanha - que completa 14 anos em 2014 - tem por objetivo reforçar o orgulho de ser mulher e desmistificar a natureza do corpo feminino, como o ato de menstruar. O movimento, idealizado por Genebra Kachaman e Molly Strange, vem a cada ano ganhando mais adeptos, levando a uma nova consciência.

No começo, o principal objetivo da "Segunda Vermelha" era conscientizar as mulheres sobre os malefícios dos absorventes internos, cujo uso frequente pode dar origem a doenças ginecológicas e infecções, sem contar a incidência de câncer de útero. A campanha propagava, por exemplo, o uso de coletores menstruais - objetos reutilizáveis feitos de silicone e sem toxinas, que coletam o sangue menstrual, sem afetar a saúde ou o meio ambiente. Mas a campanha foi tão bem aceita e valorizada que tomou novos rumos e passou a pregar a defesa da natureza feminina, o orgulho em menstruar e a aceitação danatureza do ciclo da mulher.

Geralmente, as mulheres que participam do movimento coletam seu sangue menstrual e fazem desenhos com o material. Também são expostas fotografias artísticas com mulheres mostrando seus corpos manchados de sangue da menstruação. Essas "artes" podem ser divulgadas em mídias sociais, estampadas em cadernos e diários comercializados ou apresentadas em exposições feitas pelas participantes. A ideia é realizar atividades que manifestem a honra de menstruar e ser mulher, deixando de lado a vergonha em mostrar o sangue que vem do nosso corpo saudável feminino.

Mas vale reforçar que apesar da "Segunda Vermelha" defender o orgulho feminino, ela não pretende excluir o homem, mas sim trazer essa consciência a todos, principalmente à ala masculina, para abraçarem essa causa junto conosco. A ideia é ajudá-los a entender melhor a natureza feminina, como os rompantes de humor da TPM ou os possíveis efeitos colaterais da pílula, por exemplo.

30 de abr. de 2014

A Segunda Vermelha se aproxima...

Olá mulherada maravilhosa!
SEGUNDA VERMELHA se aproxima... primeira segunda-feira do mês de maio, lembra?
Para quem não conhece a campanha acesse o link http://clafilhasdalua.blogspot.com.br/2013/04/segunda-vermelha.html
Vamos celebrar... aderir a Campanha, reverberar a idéia... é muito simples, vou dar algumas sugestões:

- Pinte as unhas de vermelho, invista na maquiagem...

- Dê uma festa para as amigas...

- Enfeite a casa com rosas vermelhas;

- Prepare a mesa com toalha ou velas vermelhas... Cozinhe alimentos vermelhos, enfeite o cardápio com pimentas, pimentões, morangos, cerejas, tomate, uvas, amoras, molho vermelho...

- Convide as amigas para um chá vermelho...

- Dê um toque vermelho na cama, no sofá, no banheiro...

- Arrisque-se vestindo uma lingerie "cor de carne", rsrsrs;


- Vá trabalhar de vermelho ou com algum acessório nessa cor;

- Prepare o ambiente para um momento a sós com você mesma (ou acompanhada, hehehe)

- Abra aquela garrafa de vinho que está guardada para uma ocasião especial, brinde seu sangue!



8 de abr. de 2014

Abrázate de tantas formas como puedas


Abrázate de tantas formas como puedas, con el cuerpo, con el alma, con la mente, con el corazón, con el agua, con la tierra, con el aire, con los encuentros, con las sonrisas, con las palabras, con los momentos bonitos, con el espacio fresco y cálido, con los colores, con los sabores, con los aromas, con los sonidos, con el disfrute, con el tiempo, en el tiempo, y a tu tiempo. Abrázate con carino, con amor, con respeto, con aceptación, con gratitud y suelta y respira y fluye y vive.

14 de fev. de 2014

Formação Geradora de Círculos Femininos


Chamado das Avós, inspirando mulheres


A Formação Geradora de Círculos Femininos é um chamado das “Avós” para inspirar outras mulheres a prática de gerar espaços de partilha, cura, liberação e empoderamento para a Mulher.

A Formação se estende em 5 módulos, encontros mensais de imersão junto a natureza, para que possamos nos aprofundar em questões do universo feminino e curar a partir de nossas próprias experiências.

A Formação fornece elementos de base para organizar, conduzir e zelar Círculos Femininos, oferecendo um estudo vivencial dentro de uma proposta de desenvolvimento pessoal, com enfoque transpessoal e uma abordagem holística.

Trabalharemos a percepção em diferentes níveis de relações, resgate da memória ancestral do princípio gerador para gerar AMOR, desenvolvimento da escuta sensível, Ciclos e Ritos de Passagem, Mistérios do Sangue, os 4 altares, a arte atemporal de participar de círculos, deusas/presenças arquetípicas na psique da mulher, Graal - o elixir vitae, considerações e sugestões de rituais e cerimônias; proteção, ancoramento e encerramento dos trabalhos, entre outros temas transversais que serão abordados.

O propósito da Formação é dar forma a ação de gerar círculos femininos, desejo este manifestado nos últimos tempos por muitas mulheres. Mulheres estas que conheceram e se nutriram (e ainda se nutrem) da energia salutar emanada de um Círculo de Mulheres. Mulheres que profundamente tocadas e empoderadas pelo Círculo, sentem o desejo no seu âmago de seguir espalhando esta semente, convidando outras mulheres ao desabrochar.



O intuito deste trabalho não é de forma alguma tornar-se guia, mestra, líder ou sacerdotisa de mulheres. Tão pouco constituir uma doutrina ou qualquer movimento que estabeleça rótulos ou crenças limitantes. Bem pelo contrário, é contribuir para a liberdade, autonomia e protagonismo da mulher, é gerar espaço de livre expressão, um lugar para nutrir-se de forma abundante de toda a capacidade geratriz própria do feminino. E a partir do centro, onde todas somos UMA, gerar integração, harmonia, força expressiva e criativa, afetividade, conexão, encontro e vínculo total com a vida.

A mulher encontra no círculo uma comunidade de apoio e se fortalece para assumir com fé a essência da sua humanidade. O papel da geradora é fazer o “chamado”, organizar a casa e zelar pelo encontro.

Oferecemos material de apoio e indicação de bibliografia, filmes, músicas.

Interessadas em participar da primeira edição da “Formação Geradora de Círculos Femininos” antecipem suas inscrições pois as vagas são limitadas (15 vagas).


A Roda de Cura para Mulheres é um trabalho guiado pelas ancestrais com o propósito de levar o Rezo do Feminino à diferentes Espaços Terapêuticos ou Centros Holísticos, que buscam abrir este canal e ancorar círculos femininos em tal local.

Interessadas (os) em levar este trabalho à algum Espaço, faça contato: clafilhasdalua@gmail.com

Uma história cotidiana de angústia, desencontro, amor e reencontro

Por Ligia Moreiras Sena

O celular tocou e eu atendi.
Fui empurrando o carrinho de compras em direção às gôndolas de meu interesse quando ouvi gritos muito nervosos de criança. Choro, misturado com grito, misturado com raiva, misturado com desespero. Todos pararam o que estavam fazendo em função dos gritos.
Tentei me concentrar no telefonema. Não consegui. Encerrei a conversa dizendo que ligava na sequência e fui atrás.
Eu sou daquele tipo de pessoa louca que, ouvindo gritos, vai atrás para ver se pode ajudar de alguma maneira. Não consigo passar por gritos como se nada fossem, como se ali não houvesse alguém sofrendo ou com problemas.
Fui.
Parei no corredor e consegui avistar, lá longe, muitos metros adiante, uma mãe e uma criança.
A criança, um menino aparentando entre 5 e 6 anos, estava sendo puxado pela mãe, que aparentemente falava em um celular, com rosto também aparentemente envergonhado pelo escândalo do filho. Ela no celular e o menino se esgoelando, gritando coisas como: "Para mãe, para mãe!". Ele gritava isso repetidamente e, por ver que não recebia resposta, entrou em um surto nervoso onde sequer se conseguia ouvir o que dizia. Era muito grito, muito choro, muito desespero. E ela, visivelmente consternada pelo escândalo, focava toda sua atenção no celular, como se aquela suposta conversa fosse capaz de tirá-la daquela situação.
Ela caminhava a passos muito rápidos, puxando o garoto pela mão, que ia sendo arrastado, gritando, olhando para trás, com o braço esticado, como se quisesse continuar no mercado. Não conseguindo puxá-lo sem arrastá-lo literalmente pelo chão, então deu duas bofetadas na cabeça dele, puxou-o pela orelha e pelo cabelo e aquilo e nada pareceu a mesma coisa: o guri continuava gritando, nervoso e desesperado. Deu dois fortes tapas e puxou sua orelha como se nada fosse, ainda ao telefone. Então simplesmente guardou o aparelho - e foi quando percebi que realmente não havia ligação nenhuma, era uma "fuga social", uma forma de fugir "socialmente" daquele momento desagradável -, puxou-o por uma das pernas e por um dos braços e foi carregando o filho assim. Que continuava a gritar.
O supermercado fica dentro de um shopping.
Eles já haviam saído do mercado e caminhavam pelo corredor do shopping.
Eu também.
Larguei meu carrinho e fui atrás, observando tudo.
Sinceramente? Temia pelo menino. Era visível que ela perderia o controle a qualquer momento e viria com tudo pra cima dele. Eu simplesmente não podia pensar em ir embora e saber aquele menino em risco. Fiquei lá. Enxerida? Bisbilhoteira? Vigia da moral e dos bons costumes? Não. Nada disso. Não sou nem um pouco moralista, nem acho que as pessoas devem se meter na vida dos outros. Exceto quando os outros estão correndo risco. Crianças, especialmente. Sim. Sou aquele tipo de pessoa "psicopata" (já fui chamada assim; aliás, já fui chamada de tantos nomes que, se eu contasse, poucos acreditariam...) que ao ver um marmanjo ou uma marmanja bater em criança faz questão de constrangê-lo. Porque violência contra criança, meu caro, minha cara, não dá. Violência contra criança, meu camarada, simplesmente não dá. Não é porque temos filhos que temos direito de agredi-los. E existem leis que protegem os menores. E uma de nossas funções enquanto cidadãos ativos e conscientes é, também, a de protegê-los. Então, realmente, não sou daquele tipo de cidadã que assiste a tudo de camarote com o dedo (e a língua) em riste para criticar, julgar e apontar, enquanto fica bem sentadinha em sua cadeira estofada sem fazer absolutamente nada. Ou enquanto há, atrás de si, um passado de descaso e/ou agressão com os próprios filhos, mas, ainda assim, sentindo-se apto a criticar o outro.
Então a mãe se dirigiu a uma loja, arrastando atrás o filho. Gritos e mais gritos. Bastante constrangida, mas ignorando-o sumariamente. Ela, então, procurou algo em uma prateleira, achou - o menino gritando -, colocou na cesta - o menino gritando -, e seguiu em frente.
Eu atrás. Pronta para interferir no primeiro golpe a ser desferido contra ele (não, primeiro não; segundo ou terceiro; ela já havia esbofeteado o garoto, quando eu ainda não havia decidido segui-los).
Então ela foi para a fila do caixa. Segurava pelo braço o menino, que estava atirado ao chão, vermelho de tanto gritar, as lágrimas correndo em rios.
Na fila, na frente deles, uma moça com três filhas maiores. Em função dos gritos, a mãe das três filhas se virou e deu de cara com a mãe do menino. Que, ao fitá-la... desabou a chorar...

Colocou a mão no rosto e teve a maior crise pública de choro que eu já havia presenciado...
Largou a mão do menino.
Ele gritava, ela chorava. Uma situação muito difícil. De dar pena mesmo.
Como os gritos do garoto pioravam a cada momento, a mãe das três filhas foi acudi-lo. E ficou lá a mãe do garoto. Chorando. Chorando muito. Sozinha.
Aí eu não aguentei mais e fui...

Enquanto a mãe das meninas acalmava e amparava o menino (dizendo coisas como: "Querido, olha pra mim, olha aqui pra mim. Você quer tomar um sorvete? Vamos, vamos levar a mamãe pra tomar um sorvete?"), eu fui até a mãe dele, coloquei um braço em volta de seus ombros e apenas disse: "Você quer tomar uma água, ou um suco? Vamos? A gente vai com vocês...".
Ela chorava muito... E simplesmente disse "Quero...". Quase sussurrando... Sem nem me olhar nos olhos. Virei-me para a moça das três filhas e disse: "Vamos todos?".
A mãe das meninas, então, pediu para a filha maior permanecer na fila do caixa, pagar e encontrá-la no café em frente. A mãe do menino deixou cair a cesta com a única coisa que havia separado. A mãe das meninas deu a mão ao pequeno. Eu segui em frente com a mãe dele e a pequena turma atrás. Todos da fila nos olhavam.
Então sentamos todos em uma mesa. A mãe das meninas pediu uma água, um sorvete para o pequeno e dedicou-se exclusivamente a ele.
A crise de choro havia cessado, mas os soluços ainda persistiam.
Um silêncio constrangedor de nossa parte - mãe dele e eu.
E foi quando ouvimos a mãe das três filhas dizendo:
"Mas por que você estava chorando tanto? Você quer me contar?"
Ao que ele respondeu, entre soluços:
- "Meu Hot Wheels caiu lá no mercado..."
- "E você quer tentar procurá-lo?"
- "Quero...".
Então a moça das três filhas se virou para a mãe dele e disse:
- "Ele trouxe um Hot Wheels?"
- "Sim, trouxe..." - sussurrou a mãe, com uma expressão que nem sei definir... - "Mas eu não sabia que tinha caído..."
- "Tudo bem por você se eu for com ele até lá, tentar achar? Minhas filhas ficam aqui, com vocês". - disse a mãe das três filhas, dando a entender que "Ei, confie em mim. Estou confiando em você".
- "Tudo bem... Pode ir sim".
E lá se foi a mãe das três filhas com o filho da outra mãe.
Eles se foram e ficamos nós.
Então perguntei a ela se queria conversar. Disse que tinha visto tudo, todo o choro, todos os gritos e que vi o quanto ela estava se sentindo envergonhada, mas que não tinha motivo nenhum pra se envergonhar, porque todo mundo que tem filho consegue, pelo menos um pouco, entender. E que quem não entende e prefere julgar, na verdade, não faz a menor ideia do que é criar uma criança.
Ela, então, voltou ao choro profundo.
E, entre um suspiro e outro, tentou me dizer o que sentia.
Disse que havia se separado recentemente. E que estava muito difícil para ela. Que ela simplesmente não estava conseguindo lidar com o filho que, obviamente, também estava sentindo. Mas ela não sabia o que fazer... Que estava se sentindo muito sozinha. E que embora morasse no mesmo terreno que mãe, irmão e outros familiares, estava muito sozinha.
Chorava muito...
Eu? Bom... Eu já estava chorando junto fazia tempo...
Claro que consegui me colocar no lugar dela. Acho que toda mulher consegue se colocar nesse lugar: sentir-se só. Ver-se só. Sentir-se em profunda dificuldade e não poder transparecer, e ter que segurar a onda, fazer sacrifícios emocionais com medo de que respingue num filho, numa filha...
Eu só conseguia ouvi-la, e segurar na sua mão, e colocar mais água no copo.
Por fim, disse a única coisa que senti que podia dizer:
- "Olha, entendo como você se sente. De verdade mesmo. Porque criar um filho ou uma filha parece, mesmo, em muitos momentos, algo muito solitário, embora estejamos cercados por pessoas. Mas acho que todo mundo se sente assim. Todo mundo pode passar por isso, muita gente passa por isso, muita gente mesmo. Tem muita gente que deixa de passar por isso não porque queira, mas porque tem medo de enfrentar o desconhecido. E ninguém tem uma fórmula mágica. Ninguém. Não vou te dizer filosofias não. A realidade, muitas vezes, não deixa brechas para filosofia. Mas tem uma coisa que pode te ajudar: isso que acabou de acontecer. Você viu por que ele estava gritando?"
- "Pois é... Pelo Hot Wheels. Mas eu não sabia que tinha caído... Pra tu vê..."
- "Vocês não se falaram. Não se comunicaram. Um não olhou no olho do outro e disse o que precisava dizer. Foi só isso. Então, olha, eu não sei o que te dizer nessa situação além disso: tentem se ouvir mais. Se são só vocês dois na maioria do tempo, agora, vocês precisam se ouvir. Precisam ser confidentes. Um precisa ouvir o outro. Ele só gritou assim o tempo todo porque não conseguiu sua atenção...Eu sei que está difícil pra você, mas pra ele também está. E ele apanhou. Não bata, mesmo que esteja no seu limite, não bata... ".
Eu entendia que ela não havia dado atenção porque, puxa... Estava sofrendo muito também... Mas não dar atenção ao filho não a aliviou do sofrimento nem resolveu sua angústia, pelo contrário: só piorou tudo.
Ela ficou ali pensando, assoando o nariz e, então, chegou a mãe das três filhas com o garoto. Ele com o carrinho na mão... Rosto inchado de chorar. Lábios comprimidos de criança que acaba de achar algo do qual gosta muito.
Ele, então, sentou na cadeira e ficou mexendo no carrinho, cabeça baixa.
Olhei para aquela mãe das três filhas. Cruzamos nossos olhares mas não conseguimos dizer nada. Ela, apenas, colocou as duas mãos sobre o peito... como se pudesse também sentir aquela dor.
Claro que podia.
Todas nós podíamos.
Tanta dor naquele curto episódio...
Por pura humanidade, no sentido de "ser humano".
Por pura falta de comunicação.
Por pura falta de confiança, mãe no filho, filho na mãe. Falta de confiança no fato de que, sim! Podiam confiar um no outro! Podiam contar um com o outro! Eles dois eram, agora, todo o seu núcleo familiar, sem mais ninguém, precisavam ter total confiança um no outro.

Depois que o menino chegou com seu carrinho, ficou um clima estranho.
E a mim só me restou dizer: "Querido, senta aqui do ladinho da mamãe. Você já está melhor, a mamãe também. Já está tudo bem".
Ele logo sentou e perguntou se ela queria sorvete, e ela disse que sim.
Então dei um abraço muito forte nela (e ela em mim, o que também me fez muito, muito bem...). Perguntei se podia dar um beijo nele e ele deixou. Beijei-o.
A moça das três filhas disse que ficaria mais um pouco (a caçula estava comendo algo). Despedi-me dela e, em seu ouvido, disse: "Obrigada". E ela apenas me respondeu: "Obrigada".

Saí dali e fui caminhando, muito lentamente, de volta ao supermercado.
Meu carrinho ainda estava no mesmo lugar.
Nem quis pegar o que faltava. Fui ao caixa, paguei e fui embora.
Coloquei as coisas no porta malas, sentei, fechei a porta e... chorei um tanto.
Chorei por tudo. E chorei por nada.
Pela vida ser confusa. Pela vida ser simples. Pela comunicação ser difícil. Por tanta coisa ser demasiadamente fácil. E difícil ao mesmo tempo. Por estarmos tão cheios de amigos. Por estarmos tão sozinhos. Por pensar na dor dela. Que também podia ser a minha. Por pensar naquele menino gritando, apenas, somente, por seu carrinho. Por pensar na minha filha... Por pensar que quero poupá-la de toda dor do mundo. Por saber que eis aí uma missão fadada ao fracasso...

Decidi contar essa história aqui por dois motivos.
Primeiro: muitas vezes vemos uma mãe ou um pai enlouquecidos frente a uma criança, atacando-a violentamente, e temos ímpeto de atacá-los (aos pais) também. É natural. Não dá pra ver a imensa injustiça da violência contra um ser indefeso que é a criança sem nos abalarmos. E nada, nada justifica a violência contra a criança. Mas é preciso lembrar que, embora ali seja a criança quem precisa da mais emergencial ajuda, não é somente ela... O adulto também precisa. O imenso problema é: nem todos querem ser ajudados. Aliás, muito poucos querem. Muito poucos conseguem ver que os problemas sérios da vida cotidiana os tiram do prumo e que é o lado mais fraco da corda quem sofre mais. E aqueles que não querem... Oras... Passam, muitas vezes, uma vida fugindo disso. Enquanto perpetuam seu ciclo de agressão.
O segundo motivo é: em um momento de dificuldade com seu filho ou filha, de gritos, choro, crise, pare. Pare tudo o que estiver fazendo. Abaixe-se até ficar na altura de seus olhos. Segure-o pelos bracinhos e diga: "O que foi? O que aconteceu? Me diga: o que eu posso fazer pra te ajudar?". A resposta pode tanto ser um angústia facilmente solucionável quanto algo inalcançável. Mas o importante não é se conseguimos ou não fazer o que a criança quer, mas que estamos ali para ouvi-los, que eles nos olharam nos olhos e nós nos deles. Que foi estabelecido um contato importante, um vínculo de confiança, um "ouvir". E todo mundo quer ser ouvido... Ninguém quer ser ignorado em suas angústias.

Se você puder resolver facilmente, resolva.
Se não puder resolver, explique porquê não pode.
Se a crise continuar, continue a ouvi-lo, a perguntar, a dar atenção.
Pare o que está fazendo, pare de caminhar, desligue o telefone, pare de digitar e diga: "Estou aqui. Estou com você. Me dá um abraço".
Às vezes, eles nem conseguem o que querem, mas sentem-se tão amparados e protegidos que deixam-se abraçar e se acalmam. E todo mundo tem mais condição de ouvir e entender quando está calmo...

Isso que vivi ontem, por tabela, por meio de outras pessoas, mexeu muito comigo. Fui dormir agarrada na minha filha, pensando neles. Em como será que estariam naquele momento.
Torcendo para que estivesse tudo bem.
E para que, talvez, um estivesse encontrando apoio no colo do outro.
Porque é, também para isso, que mães/pais e filhos vêm juntos em uma mesma caminhada.


4 de jan. de 2014

O PODER CURADOR DA MENSTRUAÇÃO


A pesquisa médica moderna do Poder Curador da Menstruação está agora a provar o que culturas antigas sabem há milhares de anos: o sangue menstrual tem propriedades curativas incríveis - incluindo o poder de regenerar partes danificadas do nosso corpo, o que anteriormente era considerado impossível.
Em animais, as células estaminais derivadas do sangue menstrual já provaram ser extremamente bem-sucedidas na remoção de artérias bloqueadas, mesmo em circunstâncias extremas, que poderiam resultar na perda de um membro. Isto é devido à capacidade poderosa que as células estaminais do sangue menstrual têm para produzir novos vasos sanguíneos, tal como o fazem todos os meses nas mulheres que menstruam, na preparação para uma possível gravidez. A cada mês novos vasos sanguíneos são formados no endométrio, e, subsequentemente, são descartados durante menstruação. A implicação mais surpreendente da pesquisa é a de que o número de células menstruais estaminais libertado por uma única mulher num ciclo menstrual tem o potencial de ser usado para curar milhares de pessoas. Entrámos numa nova era da medicina. A actual investigação médica é apenas a ponta do iceberg.
A instituição médica não consegue abarcar toda a história, não une os pontos que ligam a pesquisa moderna com a longa história das religiões do útero e o conhecimento antigo dos poderes de regeneração contidos dentro do útero feminino. Este poder biológico do útero é conhecido, desde tempos imemoriais, como a Fonte da Vida, ou a Fonte da Juventude. Agora que começamos a lembrar esses poderes antigos, esperamos que ajudem a restaurar a verdadeira honra e respeito que o útero e o feminino merecem.

In Goddess of Sacred Sex Traduzido e adaptado por IC

A LINHA MATRILINEAR



"Antes de sermos concebidos, existíamos em parte como um ovo no ovário da nossa mãe. Todos os ovos que uma mulher vai ter formam-se enquanto ela é um feto de quatro meses de idade no ventre de sua mãe. Isto significa que a nossa vida celular como um ovo começa no ventre de nossa avó. Cada um de nós passou cinco meses no ventre de nossa avó e ela, por sua vez, dentro do ventre de sua avó. Nós vibramos com os ritmos de sangue da nossa mãe antes de ela própria ter nascido. E este ritmo é o fio de sangue que corre desde lá detrás desde as avós da primeira mãe. Nós todos compartilhamos o sangue da primeira mãe - somos verdadeiramente crianças de um só sangue. Os homens não podem transmitir esta continuidade de energia celular para seu esperma. O pai não passa a marca de uma vida, mas apenas a energia fugaz de poucas semanas. A natureza do homem é, em muitas formas metafóricas, uma rápida ascensão e queda - o desaparecimento e ressuscitar de energia reflectida em tantos dos antigos deuses masculinos." 


~When The Drummers Were Women de Layne Redmond~ *In Mulheres e Deusas Blogue
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