17 de jun. de 2009

Mulheres possíveis

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante' .
Martha Medeiros - Jornalista e escritora

10 de jun. de 2009

Namastê

Clique na imagem
Tenha um lindo dia, tenha um belo viver!

9 de jun. de 2009

Mães Morrem Quando Querem...

Por Alexandre Pelegi

Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez. Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula. Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida iria me trazer. Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada.

Quando fiz 14 anos eu a matei novamente. Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis. Mas logo no primeiro porre eu felizmente a descobri rediviva - foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra de meu pai.

Aos 18 anos achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição. Entrara na faculdade,iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese. Ledo engano: quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir voltei à casa materna, único espaço possível de guarida e compreensão.

Aos 23 anos me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão...
Foi quando me casei, finquei bandeira de independência e segui viagem. Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho 'mãe' se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado 'avó'. Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mãe em dose dupla...

Apesar de tudo continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar...

Mas o final dessa história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando menos esperava, ela decidiu morrer. Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida. Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães são para sempre. Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etéreo terreno da saudade...

8 de jun. de 2009

Círculos Femininos Tenda da Terra





Convidamos você, querida irmã, a ingressar nesta Jornada,

ao Encontro de Si Mesma, dia 29 de junho ,

no CICC PAZ, com a facilitadora Elen Brack.



Trabalho vinculado ao Movimento Guardiães do Amanhã - UNIPAZ SUL.




Quando nos encontramos nos círculos, somos apenas mulheres que sonham, têm dúvidas, medos, ansiedades, que buscam respostas, que trazem cicatrizes, feridas ainda abertas, inquietações, sorrisos e lágrimas, vitórias pessoais, e muita, muita vontade de serem felizes!



A jornada da Tenda da Terra, iniciática, ritualística e vivencial, ocorre através de nove encontros mensais ao longo do ano, onde refletimos sobre os nossos diferentes papéis femininos, repensamos nossa maneira de ser e estar no mundo, tecemos vínculos de parceria e intimidade num ambiente seguro e acolhedor. Somos convidadas a fazer outras escolhas e contribuir na construção de uma nova organização social.



Estes trabalhos foram tecidos inicialmente por Lúcia D. Torres, a mentora deste sonho, e hoje contam com a participação de outras mulheres egressas das Tendas, devidamente credenciadas, também como facilitadoras destes processos.





Horário: 19:30 às 22:30


Valor: R$ 90,00



Local: Rua São Jerônimo, 76 – centro – Esteio/RS(rua da Brigada Militar)




É necessário confirmação de inscrição pelo telefone: (51) 98210643

5 de jun. de 2009

Benção dos Povos Celtas

Que o caminho venha ao teu encontro.
Que o vento sempre sopre às tuas costas e a chuva caia suave sobre teus campos.
E até que voltemos a nos encontrar, que Deus te sustente suavemente na palma de Sua mão.
Que vivas todo o tempo que quiseres e que sempre possas viver plenamente.
Lembra sempre de esquecer as coisas que te entristeceram, porém, nunca esqueças de lembrar aquelas que te alegraram.
Lembra sempre de esquecer os amigos que se revelaram falsos, porém, nunca esqueças de lembrar aqueles que permaneceram fiéis.
Lembra sempre de esquecer os problemas que já passaram, porém, nunca esqueças de lembrar as bênçãos de cada dia.
Que o dia mais triste do teu futuro não seja pior que o dia mais feliz do teu passado.
Que o teto nunca caia sobre ti e que os amigos reunidos debaixo dele nunca partam.
Que sempre tenhas palavras cálidas em um anoitecer frio, uma lua cheia em uma noite escura e que o caminho sempre se abra à tua porta.
Que vivas cem anos, com um ano extra para arrepender-te.
Que teus vizinhos te respeitem, os problemas te abandonem, os anjos te protejam e o céu te acolha.
Que teus bolsos estejam pesados e teu coração leve.
Que a boa sorte te persiga e a cada dia e cada noite tenhas muros contra o vento, um teto para a chuva, bebidas junto ao fogo, risadas que consolem aqueles a quem amas e que teu coração se preencha com tudo o que desejas.
Que Deus esteja contigo e te abençoe.
Que vejas os filhos dos teus filhos, que o infortúnio te seja breve e te deixe rico de bênçãos.
Que não conheças nada além da felicidade, deste dia em diante.
E assim seja a cada ano, para sempre!
Se algum artigo neste blog estiver como "autoria desconhecida" e você souber informar, agradecemos e faremos a devida correção. Solicitamos também que, ao ser extraída qualquer informação desta página, seja adicionada à devida autoria ou endereço:
http://clafilhasdalua.blogspot.com/