27 de out. de 2008

EXCLUSIVO: Absorventes femininos causam problema ambiental já combatido por alternativas no mercado brasileiro

Por Neide Campos / AmbienteBrasil

A Tensão Pré-Menstrual já virou, em muitos ambientes, uma vivência que beira o terreno das fábulas. A famigerada TPM acaba sendo desculpa e culpa para ocorrências singulares. Alimenta o anedotário mundial, mas, para as mulheres que convivem com ela, é difícil extrair desse período mensal qualquer divertimento. A Medicina reconhece tal fenômeno de mudança de comportamento feminino, mas, para grande parte da população, o ciclo menstrual ainda é algo comentado entre sussurros.

No aspecto ambiental, a menstruação acarreta um problema igualmente digno de nota. Ao fim de sua vida fértil, uma mulher poderá ter utilizado mais de dez mil unidades de absorventes higiênicos. Eles terminam despejados em "lixões" e, como não são biodegradáveis, demoram em média cem anos para se decompor na natureza. O absorvente convencional ainda traz um outro problema: a suspeita de que contenham um agente químico tóxico, a dioxina, usada para branquear produtos. Essa preocupação, alardeada em mensagens na internet, resultou que a multinacional Johnson & Johnson, por exemplo, registrasse em seu site que "os absorventes internos fabricados pela empresa seguem padrões de qualidade internacional, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, e não utilizam cloro nem dioxina em sua composição, nem tampouco há adição de amianto (asbesto) em seus produtos". À parte desse debate, a crescente conscientização ambiental está promovendo o retorno a uma alternativa bem conhecida pelas vovós: o absorvente reutilizável, outrora chamado de "paninho". Ele é 100% feito de tecido e se assemelha aos convencionais. Fica preso à roupa íntima feminina através de abas e botões - basicamente um envelope que absorve o fluxo menstrual. A idéia é que, como antigamente, seja lavado e reutilizado.

Um absorvente reutilizável pode durar até sete anos e, como é feito de tecido, sua decomposição demora, em média, apenas um ano. Uma das incentivadoras dessa opção, a formanda em Biologia da Universidade de Brasília (UnB) Mônica Passarinho, diz que, depois de o produto atingir sua vida útil, ele pode ser enterrado no jardim de casa. Mônica conta que, na Venezuela, conheceu uma australiana que adotara esse tipo de absorvente. "Confeccionei o meu primeiro a mão", disse a AmbienteBrasil. Quando voltou ao Brasil, começou a produzi-los para uso próprio. A idéia se espalhou e hoje ela, juntamente com a amiga Nara Gallina, tem uma empresa para comercializá-los. Quanto ao armazenamento dos absorventes usados durante o dia, uma preocupação para as mulheres que trabalham fora, Mônica explica que é simples. "O cheiro é bem diferente por causa da ausência dos químicos, por isso pode-se guardar sem problemas".

Uma das pioneiras neste nicho, a artesã Tatiana Moraes, conta a AmbienteBrasil que após sua sócia, a geógrafa Diana Hirsh, assistir, em 1999, a um vídeo sobre dioxina na faculdade, começou a buscar alternativas para esses produtos. Feita uma pesquisa na internet, ela descobriu que os absorventes reutilizáveis já eram uma realidade fora do Brasil, especialmente nos Estados Unidos e em países da Europa. Tatiana explica que, além dos absorventes reutilizáveis, existem os descartáveis feitos somente de algodão, sem plástico ou gel, e ainda os de algodão cru, que não sofrem processos para serem branqueados. Elas vislumbraram nessas opções ganhos concretos para o meio ambiente e para a saúde das usuárias. "Hoje as 'mulheres modernas´ acham uma grande vantagem absorventes finos que 'duram´ o dia todo. Algumas chegam a ficar 8 a 10 horas com o mesmo", diz Tatiana. "Isso causa uma proliferação de bactérias que pode causar doenças graves. Com tantos plásticos e géis, fica difícil da pele respirar; com um produto feito 100% de algodão isso se torna mais fácil", completa.

Para o meio ambiente, o problema é ainda mais sério. Hoje, os absorventes convencionais são embalados em plástico um a um, o que aumenta a quantidade de lixo e os anos em que esses produtos ocasionarão impactos negativos sobre a natureza. Os absorventes reutilizáveis fabricados por Tatiana Moraes podem ser encomendados pela internet, através do site Coisas de Mulher (clique aqui), e os de Mônica Passarinho, pelo e-mail monica_passarinho@yahoo.com.br.

Já faz um bom tempo que não utilizo absorventes industrializados. Logo que soube dos danos da dioxina fiz meus próprios "paninhos". E é realmente, impressionante, o odor muda e o humor também, rsrsrs. Não tenho dificuldades nenhuma com meus paninhos, deixo eles na água pura, retiro meu sangue, entrego a Terra, em gratidão pelo período fértil que se passou e faço rezos pelo novo ciclo; rego minhas plantinhas com este líquído sagrado e nutritivo e depois lavo eles normalmente.

Tenho uma amiga, a quem ensinei este processo, que decidiu cháma-lo de "Ritual da Menstruação", logo na primeira vez que entregou seu sangue na terra, através da aguá de seus paninhos, disse que visualizou a imagem de uma pomba branca sair da Terra e naquela noite sonhou com sua avó querida, que a muito já tinha partido, me contou emocionada!

O período do sangramento de uma mulher é um tempo sagrado, o Tempo da Lua, onde devemos estar mais recolhidas, "correr" menos, estar atentas aos sonhos, à intuição. Recolher meu sangue, lavar meus paninhos, é um tempo que dedico a mim, aos meus cuidados! Não é "nogento" como algumas mulheres pensam, não me considero nogenta, você se considera? Meu Sangue é Sagrado!
Busque conhecer o Poder do Sangue menstrual
e conhecerás mais de ti!

Você também pode adquirir absorventes ecológicos (almofadas menstruais) com Sabrina Alves, do Clã dos Ciclos Sagrados: cladosciclossagrados@grupos.com.br

Com carinho,
Ana Paula Andrade
Focalizadora de Círculos Femininos
Coordenadora do Clã Filhas da Lua/RS

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